NOA

Composto por Nuno Costa nas guitarras, Óscar Graça no piano e teclados e André Sousa Machado na bateria e percussão, NoA é um trio à vista desarmada. Soa a sexteto, desdobra-se facilmente numa orquestra. O teclado trabalha às ordens do piano e do inexistente baixista, a bateria acumula funções com a percussão, e a guitarra multiplica- se e viaja por todo o espectro auditivo. 

Desde 2012 o grupo tem feito concertos por toda a Península Ibérica, desde clubes a festivais, trabalhando um som muito próprio num estilo especialmente difícil de descrever - nasce no jazz, passeia-se pelo rock, pela pop, pela canção portuguesa, e desagua constantemente em sítios imprevisíveis. O groove é a directriz principal e a forma muito flexível, escapando-se frequentemente a todos os cânones clássicos. Com uma sonoridade elegante, personalidade musical bem vincada e melodias bem delineadas, este projecto procura assim estabelecer uma estética de fusão entre a contemporaneidade da música cosmopolita e a tradição da música improvisada com origem no jazz. 

Evidentualmente, editado em vinil, assinalou a estreia deste grupo em disco. O álbum foi um dos candidatos aos Prémios Play 2021, tendo sido ainda alvo de várias críticas muito edificantes, por parte de cerca de 40 personalidades ligadas tanto ao meio artístico português como internacional, numa rubrica intitulada #DizQueDisse. Concavexo chegou em Abril de 2022. Repleto de novas paisagens sonoras, o mais recente trabalho conta ainda com a participação de uma figura icónica da música e do jazz português, o lendário Rão Kyao.

Sobre o disco "Evidentualmente"

Miss Q é a peça de abertura. Foi pensada como vários cues musicais e além do contraste da electrónica e do som acústico dos instrumentos, marca também a nossa estreia nas vozes. Valéria é um quase fado que mistura alguma percussão tradicional com uma guitarra eléctrica processada e com uma afinação alternativa, numa alusão ao caos VS tranquilidade. Abertura e O Duende do Velho Oeste funcionam como dois movimentos que pertencem ao mundo do folk e da americana. Sete Anos ao Tabefe Boas Intenções também foram escritos e pensados como dois andamentos que devem ser interpretados juntos. O primeiro é orientado pela improvisação livre e o segundo pela tensão do ostinato. Ao vivo são separados por um interlúdio/cadência de guitarra mas em estúdio optámos por algo diferente. Les Trois é a peça que serve de ponte entre esses dois temas e o conceito passa por tocarmos os três piano em simultâneo, aplicando e explorando as mesmas técnicas que utilizamos no nosso instrumento de origem. Noriati é uma canção simples, com muito espaço. All The Things You Are é um arranjo de um standard com barbas para se adaptar à imagem e à sonoridade deste trio. O disco fecha como abre. Com um take alternativo da intro do Miss Q. Com as novas plataformas ouve-se cada vez mais música avulso mas este alinhamento foi também pensado em termos de encadeamento e para que as composições tracem um fio condutor.   

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